A acufenometria é um procedimento essencial para mapear, medir e tratar o zumbido
Sabe aquele barulhinho chato, como um apito, chiado ou o som de um inseto, que muita gente ouve constantemente? Pois é, isso é o que é popularmente chamado de zumbido. O problema é mais comum do que se imagina e pode afetar consideravelmente a qualidade de vida. Mas sabia que um exame simples pode ajudar a resolver o problema? A acufenometria.
O exame leva esse nome, pois na linguagem médica acúfeno é um dos nomes dados ao zumbido, também chamado de tinnitus. Basicamente, o que a acufenometria faz é identificar o tipo, a frequência, e a intensidade deste sintoma. Com essas informações em mãos, os profissionais podem medir o impacto na qualidade de vida do paciente e assim definir uma proposta de tratamento adequada. O exame precisa ser repetido posteriormente para detectar a eficácia da conduta adotada e realizar o acompanhamento da terapia.
A acufenometria é realizada em uma sala acústica, devidamente calibrada. Com a ajuda do audiômetro, o fonoaudiólogo emite sons diferentes para que o paciente faça a comparação e informe qual o tipo, a frequência sonora (aguda ou grave), e qual a intensidade (volume) que mais se assemelha ao zumbido. É como se quiséssemos igualar o som com o que o paciente ouve. Assim, ao identificar o tipo exato de som e suas características, podemos identificar de forma objetiva as características do zumbido.
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Nesta mesma avaliação é observado qual tipo e intensidade de som capaz de mascarar esse zumbido. Avaliar o nível mínimo de mascaramento (NMM ou MML –Minimum masking level) é importante na indicação de terapia sonora com uso de gerador.
E não precisa se preocupar, pois o exame é indolor e depende de resposta do paciente, podendo ser realizado inclusive em crianças. A utilização de uma sala acústica, ao invés de cabine, garante maior conforto aos pacientes e evita a sensação de claustrofobia que pode incomodar alguns. O procedimento leva, em média, 30 minutos e não exige preparo prévio, mas recomenda-se não expor-se a ruído intenso nas 24h que antecedem o exame.
O resultado da acufenometria é calculado com base no limiar auditivo do paciente. Por isso é essencial que o paciente tenha uma audiometria recente ou realize uma no dia da consulta, preferencialmente uma audiometria de altas frequências, porque na maioria das vezes o zumbido se caracteriza com um apito ou chiado bem fininho.
Na consulta para avaliação do zumbido, além dos dados coletados durante a acufenometria, questionários são aplicados para medir o incômodo gerado e o impacto do zumbido na qualidade de vida do paciente, bem como entender os hábitos de vida do paciente. O motivo é que o zumbido possui uma infinidade de causas, como, por exemplo: problemas para dormir, má alimentação, tabagismo, diabetes, doenças cardiovasculares, entre outros. Existem muitas possibilidades que devem ser investigadas. Muitas vezes, ao tratar a causa do problema, o zumbido apresenta melhora ou até mesmo desaparece. Por isso a importância de uma avaliação multidisciplinar, com profissionais que troquem informações para ajudar o paciente da melhor forma possível.
Acufenometria no tratamento do zumbido
Entre os tratamentos indicados está o uso de gerador sonoro. Conhecido também como terapia acústica é um procedimento realizado por um fonoaudiólogo, com a inclusão de sons na vida diária do indivíduo, que procura proporcionar o alívio do zumbido.
É aqui que entra a importância da acufenometria, para direcionar os tipos de som e a intensidade utilizadas durante o tratamento. A terapia sonora deve sempre ser prescrita por médico ou fonoaudiólogo para garantir a eficácia do tratamento e pode ser indicada para pacientes com perda auditiva ou audição normal. Quando o paciente tem perda de audição, o uso de gerador sonoro é associado a adaptação de próteses auditivas.
Independente do caso, é muito importante que todo paciente com zumbido realize avaliação audiológica mesmo quando não há queixa de perda auditiva. Muitas pessoas acreditam que o zumbido é algo que deve ser deixado de lado, aprendendo a conviver com ele. Mas é preciso saber que o tratamento e acompanhamento adequados podem melhorar consideravelmente o problema e devolver a paz para pacientes com o problema.
De acordo com os dados levantados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 20% da população mundial tem algum grau de deficiência auditiva ou sofre com zumbido. Na presença de zumbido, não espere, faça uma avaliação audiológica com acufenometria!